Me tornando desbancarizado, um conto sobre soberania monetária individual

Vini Barbosa

Vamos começar do começo

Meu nome é Vinícius Barbosa, mais conhecido como Vini Barbosa, sou embaixador do programa de comunidade da nano no Brasil, jornalista e pesquisador cobrindo a economia descentralizada em tempo integral e neste ano estou embarcando em uma missão:

Quero me desbancarizar até o final de 2023.

Compartilharei cada passo da minha jornada em direção à soberania monetária - os altos, os baixos, as vitórias e as derrotas - com você em uma série de postagens no blog da Nano Foundation.

A ideia para o projeto de desbancarização individual surgiu em setembro de 2022, em uma de minhas muitas conversas com negócios, explicando as vantagens de utilizar nano em seu dia-a-dia. Mesmo utilizando XNO com bastante frequência, percebi que, se quero ser levado a sério, preciso viver aquilo que defendo na pele.

Mostrar através de minha própria experiência que é possível viver sem depender do sistema fiduciário e do sistema bancário atual e, que não apenas é possível, como essa experiência pode trazer diversas vantagens – apesar dos riscos e trade-offs inevitáveis que existirão pelo caminho.

“To bank or not to bank”? Eis a questão

Tenho certeza que você já ouviu membros da comunidade da nano dizendo que o dinheiro descentralizado tem o poder de “ser o banco” de pessoas que não possuem acesso ao sistema bancário. “To bank the unbanked” é um bordão conhecido, não apenas na comunidade da nano, mas também em outras comunidades cripto – e esta é uma missão legítima e extremamente necessária, ao considerar que mais de 1.4 bilhão de pessoas não possuem acesso ao sistema bancário no mundo.

Então se o que queremos, em teoria, é “to bank the unbanked”, por que um entusiasta do mesmo projeto quer, tão intensamente, fazer o caminho inverso? É uma pergunta justa.

Meu objetivo maior não é me tornar um “ermitão dos bancos”, negando toda e qualquer interação com prestadores de serviços intermediários e negar absolutamente o uso de moedas fiduciárias, me isolando completamente do sistema financeiro. Não é assim tão preto e branco!

O principal problema que enxergo em nossas interações com o dinheiro, hoje, é uma extrema dependência deste sistema. Seja de moedas fiduciárias forçadas verticalmente de cima para baixo na população; seja também a completa dependência de terceiros de confiança (os bancos) para interagir com o dinheiro. Em um mercado muito pouco competitivo e ainda altamente dominado pelo lobby e interesses políticos pessoais que, nem sempre, estão alinhados com os interesses individuais da população sujeita a eles.

Minha empreitada não é sobre não usar X, Y ou Z, mas sobre não depender de X, Y ou Z. Caso eu precise utilizar um intermediário, um banco ou moedas fiduciárias, eu o farei. Mas por uma decisão consciente e voluntária de que, naquele momento, aquela é a melhor escolha possível para mim. E não porque era a única opção disponível.

A forma como enxergo a desbancarização, é uma jornada em busca de mais soberania monetária. E essa jornada já começou.

O que é soberania monetária?

Vamos dar uma olhada em algumas definições de soberania monetária.

“A soberania monetária é o poder do Estado de exercer o controle legal exclusivo sobre sua moeda (...) Atualmente, nações como os EUA e o Japão, que possuem bancos centrais autônomos, exercem a soberania monetária. Por outro lado, as nações da União Européia dentro da zona do euro cederam grande parte de sua soberania monetária ao Banco Central Europeu.”Wikipedia

“A capacidade de controlar independentemente as fontes de oferta de dinheiro, taxas de juros e taxas de câmbio. Saiba mais em: Diversidade de regimes monetários e reações à crise pandêmica: Bulgária, Romênia e Sérvia comparadas”IGI

Se buscamos a definição de soberania, encontramos que:

“A soberania é uma autoridade superior que não pode ser restringida por nenhum outro poder e, portanto, constitui-se como o poder absoluto de ação legítima no âmbito político e jurídico de uma sociedade.”Mundo Educação.

Desta forma, é correto afirmar que a soberania monetária individual é compreender que o indivíduo é a única autoridade capaz de tomar decisões relacionadas ao seu próprio dinheiro, que não pode ser restringida por nenhum outro poder.

No meu caso, a busca pela soberania financeira (ou monetária) envolve minha plena capacidade de escolher como, onde e quando posso usar ou armazenar meu dinheiro – e nano é uma moeda auto-soberana, ao permitir que cada usuário possa fazer sua própria custódia e seja o único capaz de enviar ou receber valores monetários através da assinatura de blocos de envio ou recebimento, com o uso de chaves criptográficas privadas.

Continue acompanhando o experimento de desbancarização

Este é apenas o primeiro post de uma série que será publicada no blog da Nano Foundation. Nos próximos posts, vou contar um pouco da história do Brasil e explicar porquê acredito existir uma certa urgência em me tornar mais soberano financeiramente, além de ensinar outros a fazer o mesmo. Talvez você até se identifique em alguns pontos da história, com a história de seu próprio país.

Além disso, pretendo trazer mais argumentos que ajudem a explicar a importância do uso da nano em nosso dia-a-dia e, em posts futuros, pretendo apresentar algumas ferramentas, estratégias e conceitos econômicos que podem ajudar outros a seguirem o mesmo caminho.

E antes que você decida iniciar uma jornada parecida, saiba que existem riscos, dificuldades e ameaças reais no caminho. Minha decisão foi tomada de forma consciente após semanas de reflexão e conversas com outras pessoas do meu entorno que podem ser afetadas pelas minhas escolhas – e todos estão de acordo e apoiaram minha decisão.

Espero que você se divirta com meu experimento e, mesmo que não busque a soberania monetária absoluta, quem sabe não surgem algumas boas ideias de pequenos usos da nano em sua rotina a partir dessa experiência?! Caminhemos juntos.

Acompanhe a jornada de Vini. Encontre-o no Twitter, Reddit e Substack.


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